segunda-feira, novembro 23, 2015

cotidiano.

- Lúcia! Querida, venha cá!
Ela ia, a passos cansados, em sua direção.
Era uma mulher ainda jovem, seus demônios, porém, eram muitos. Sua alma parecia ter milhares de anos.
Andava cansada.
- Diga, meu bem! O que aconteceu?
- Lúcia, você viu as cores do céu hoje?
O céu estava da mesma cor que todos os dias naquela semana, ou naquele mês.
Todos os dias, porém, ele a chamava para ver as cores do céu. Todos os dias por volta de cinco e vinte.
- Minha flor, hoje está particularmente bonito. Veja! - E segurava sua mão.
O céu, com seu pôr do sol tão extraordinário como um dia qualquer, era, talvez, como um espelho a que ambos olhavam e refletia suas mentes vazias por alguns minutos.