quarta-feira, dezembro 26, 2007

agônico.

de maneira a conseguir se livrar do enorme peso que sentia, ela chorava.
chorava como se todo seu peso fosse de lágrimas
e chorando se livraria desse incômodo infeliz.
em meio a todas essas lágrimas surgia um tímido sorriso; vez por outra.
quase enganava quem a via passar.
quase.
não sabia ao certo a partir de que momento esse peso a alcançou; tampouco sabia dizer de onde ele surgiu, nem o porquê.
ela só sabia mesmo que queria se livrar dele.
as lágrimas, rios de lágrimas, foram inúteis.
fechava os olhos com força, muita força.
nã ... de nada adiantava.
ela sentia muitas dores, sabe ... seu joelho, suas costas, sua cabeça não a perdoavam.
dor sem dó nem piedade.
estranhava mesmo era a sua ausência.
dor como essa de agora? nunca sentira.
a alma estava ferida ... e doía.
agonizava.
como sarar uma ferida na alma? era possível?
agonizava.
acostumaria também essa dor? a teria pra sempre?
uma agonia.
muitas perguntas, poucas respostas.
talvez só deus saiba ... "deus? que deus?" ela se perguntava.
uns dizem que a esperança liberta, outros que é a falta dela que liberta as pessoas.
eu tenho minhas dúvidas; ela não sabe se tem esperança.
uma eterna procura por algo que ela sabe que não vai encontrar.
cadê a esperança? ela continua a procurar, não continua?
o tempo passa.
rápido; devagar.
por vezes completamente fora da realidade.
ela perdeu o controle.
seus sonhos eram seu porto seguro.
ela perdeu o controle.
está perdida.
encontros e desencontros.
torce para ser encontrada; perdeu a fé de se encontrar sozinha.
agonizava.