sexta-feira, junho 23, 2006

noite

fim de tarde;
a medida que o sol vai se despedindo, uma menina deitada em sua cama escuta música e por entre seus cabelos assanhados há lágrimas caindo de seus olhos.
em sua cabeça, não agüenta mais pensar sobre o assunto e bruscamente tampa os ouvidos com as mãos na vã tentativa de silenciar aqueles pensamentos.
sabia ela que não era a única a sofrer de tal angústia, mas se via agora sem forças.
tivera já raiva de si mesma por não ter conseguido controlar sua mente, que teimosamente sonhava com a mesma coisa já há mais de uma semana! essa era a sua angústia maior ...
ouvira uma vez que para alcançar seus sonhos era necessário esquecê-los ...
e ela não conseguia!
ah! isso a maltratava ... havia vezes em que desistia definitivamente de viver aquela paixão na realidade e a vivia, intensamente, em sua cabeça; depois se arrependia.
havia desperdiçado possíveis belos momentos de sua vida sonhando .. pois para ela uma cena não se repete duas vezes sob o mesmo ângulo.

era incansável a luta entre ela e ela mesma.
incessante.

enquanto isso o tempo passava e tudo parecia ficar mais distante.

terça-feira, junho 20, 2006

voto nulo o caralho!!

pra mim quem vota nulo é de ingenuidade tamanha que até dá dó! aah, faça-me o favor!
o voto é um direito que alcançamos com muita luta!
luta essa que parecem desvalorizar os que votam nulo.
o voto não é pra ser visto como obrigação e sim como um direito;

se voce acha que não há candidato bom o suficiente para os cargos disputados,
infelizmente, é melhor você escolher o "menos ruim" do que votar nulo,
pelo simples fato de que anulando seu voto, o canditado que, sem dúvida
alguma, você menos queria no cargo o estará alcançando!

se o faz como forma de protesto, há várias outras formas de protesto
no qual você não precisa abdicar de seus direitos;
formas de protesto que podem sim ter alguma repercussão,
acreditem, alguns votos nulos não irão mudar o fato de que alguém será eleito
e nunca a população inteira de um país anulará seu voto,
até porque há os que querem se manter na 'alta sociedade' a qualquer custa.

vote na heloísa helena, vote no cristóvam buarque, candidate-se e vote em você, vote no lula;
enfim, em quem você preferir, mas não vá anular seu voto para favorecer um candidato que só iria voltar ao que sempre foi antes, à extrema dependência, a um retrocesso.

não se pode deixar levar pelo espírito revolucionário fechando os olhos pras conseqüencias,
temos que fazê-lo sim com responsabilidade e coerência.

dê valor ao que seus avós lutaram, sofreram e até morreram para conseguir.
dê valor ao seu voto, não anule os seus direitos.


lia aguiar.

domingo, junho 11, 2006

melanco.lia ; meu nome.

os domingos têm esse tom melancólico.
não vem de hoje, desde meus oito ou nove anos de idade que eu acordo
aos domingos tentando lembrar de quem é que irei me depedir dessa vez.
sempre foi assim.

na sexta-feira era uma alegria.
matar as saudades, e quantas saudades!
a vontade de que aqueles dias se trasformassem em anos era enorme,
a vontade de ter seus dias livres ao lado de quem você gosta, de quem estará sempre torcendo por você.

aquela felicidade parece que dura pouco demais quando chega o domingo.
e bate aquela melancolia.
aquela tristeza, aquela não-vontade-de-dizer 'até próxima sexta-feira'
e aquele medo de que a próxima sexta demore muito mais do que devia.

domingo é dia de prender lágrimas, de tentar se conformar com a despedida.
a casa parece perder toda sua alegria
e a rotina insistente volta com força total.

afinal de contas, dizemos adeus não só aos que queriamos com a gente,
mas também ao final de semana (sendo portanto o início de mais uma semana... aháá),
também ao descanso, à televisão, à música, ao sono ...

vida difícil essa de despedidas, vida saudosa.
melancolia;
lia, meu nome.

carolina, olhos tristes.

o que não tem descanso nem nunca terá.

domingo.

domingo, junho 04, 2006

coliseum

senti-me como um gladiador no seu auge,
o poder sobre minhas mãos, minha vida nas mãos de um César.
a aflição do momento, todos silenciosos, esperando a decisão de um homem
que tinha como diversão brincar com a vida dos outros;
agia como um deus, pois era assim que queria ser aclamado,
soberano sobre todas as coisas.
virei, de repente, a mulher apaixonada do gladiador em questão.
lágrimas incessáveis descendo pelo meu rosto como se tivessem arrancado minha vida
e ao meu lado um homem barbudo gritando, clamando pela morte do meu amor
e depois gargalhando.

estava por um momento presa à história, vivendo-a.
ganhei, ao me encontrar ali, poderes de um César,
forças de um gladiador, instintos de um animal
e a dor de uma paixão.
tudo em um mesmo lugar.
de volta a realidade ainda vejo tudo lá:
lágrimas, suor e sangue.