domingo, maio 28, 2006

last nite

e se um dia eu olho as estrelas e me perco em devaneios,
é porque um dia olharam pra mim, como quem olha uma mulher
e me viram dormir na calada da noite,
na badalada da meia-noite.
e quando indago impulsos e me pergunto o porquê e me arrependo,
sinto que é porque pensei demais antes de agir.
nada é paradoxal, ninguém é verdadeiramente simpático,
tudo em nossa volta é ironia.
e as estrelas continuam a brilhar
as pernas inquietas, a respiração ofegante.
a dor que não sara de uma ferida recém-feita.
o frescor em seu olhar, o jeito tímido de virar os olhos.
à procura de algo e nada vejo.
vozes. vozes. vozes.
não posso, não nasci pra isso.
aqui pra apreciar. nada mais e só isso.
pernas inquietas.
céu escuro sem lua, portanto com muitas etrelas a brilhar,
vivas como nunca antes foram.
trazidas pelos pássaros que carregaram consigo
as nuvens ao entardecer.

domingo, maio 14, 2006

o pior de tudo, e surpreendentemente o melhor também.

o como as pessoas são diferentes é muito impressionante.
existem conversas;
algumas as quais, o conversado não se importa tanto como o conversador.
seja lá quem/qual for.

pois bem, existem coisas que se não são correspondidas perdem o sentido;
o amor, o amor não é uma delas.
porém, quem não quer ser correspondido no amor?
acordar todo dia sabendo que há alguém pensando em você do mesmo jeito que você pensa em tal pessoa?
é, mas ele continua.
sendo correspondido ou não.
é algo sobrenatural, né larissa?
é sim, inexplicável.
o pior de tudo, e surpreendentemente o melhor também, é a dor.
é o imprevisível, o não-saber do que irá acontecer no segundo seguinte.
inexplicável.
é algo maior, fora da nossa capacidade de compreender.
não adianta tentar enganá-lo, não adianta.

o melhor mesmo seria nos contentarmos com pouco.
minto.
isso não seria o melhor.

coisas à flor da pele, mistérios,
uma música dedicada a uma única mulher mas que milhões a tomam como sua.
carícias devastadoras, pensamentos destruidores.

como já dito, não dá pra tentar explicar tudo o que se sente, são sentimentos que caminham em uma rapidez impressionante, tudo ao mesmo tempo, no mesmo momento.
algo como 'the flash', mas ainda mais rápido.
wow!

é, tudo isso e ainda é ele que nos mantém vivos.

e não achem que isso não é tão surpreendente pra mim como o é pra vocês;
sou uma mera leiga no assunto.

mas o amor me intriga.
sei que não conseguirei chegar a lugar nenhum, mas ninguém pode impedir uma curiosa.
e é nisso que dá.

dói, e como dói.
mas ao mesmo tempo faz surgir um sorriso enorme maior do que a gente achava que podia sorrir.

ver que a vida ainda vale o sorriso que eles têm pra nos dar.

segunda-feira, maio 01, 2006

só mais um dia;

ela estava deitada de lado na cama,
as lágrimas corriam pelo seu rosto;
os punhos cerrados.
a dor.

ela sequer ouviu passos,
mas estremeceu ao sentir a presença dele.
canalha;
forçava-se a não olhar.

ele derrubara o seu mundo sem ao menos pedir licença;
ele a despedaçara;
e assim a deixara.

maldito, sem um pingo de consciência;
acha bem que tem esse direito
e se deita ao lado dela, passa a mão sobre suas coxas;
mais uma vez ela estremece,
se afasta;
refuta sem abrir a boca.
tira suas mãos de cima do seu corpo;
levanta e o olha.

não com um simples olhar;

mas com um último olhar, com um olhar de adeus;
com um olhar acusador, com um olhar cheio de dor.

ele sem palavras, baixa o olhar;
agonizante, se põe aos pés dela
e chora, chora como nunca antes o fez;

ela levanta o seu rosto, olha-o profundamente.
nunca mais ele faria o que fez;
e assim, sem derramar uma lágrima sequer,
ela vira-se e fecha a porta que faz um barulho seco e melancólico.

desaba em prantos;
ela.
ele.