last nite
e se um dia eu olho as estrelas e me perco em devaneios,
é porque um dia olharam pra mim, como quem olha uma mulher
e me viram dormir na calada da noite,
na badalada da meia-noite.
e quando indago impulsos e me pergunto o porquê e me arrependo,
sinto que é porque pensei demais antes de agir.
nada é paradoxal, ninguém é verdadeiramente simpático,
tudo em nossa volta é ironia.
e as estrelas continuam a brilhar
as pernas inquietas, a respiração ofegante.
a dor que não sara de uma ferida recém-feita.
o frescor em seu olhar, o jeito tímido de virar os olhos.
à procura de algo e nada vejo.
vozes. vozes. vozes.
não posso, não nasci pra isso.
aqui pra apreciar. nada mais e só isso.
pernas inquietas.
céu escuro sem lua, portanto com muitas etrelas a brilhar,
vivas como nunca antes foram.
trazidas pelos pássaros que carregaram consigo
as nuvens ao entardecer.