não que eu seja facilmente influenciavel,
mas bastaram algumas músicas do B.B. king, do Oasis,
do Pink Floyd, do Zeppelin, do Hendrix, do Eric Clapton,
dos Stones e pra não fazer injustiça, de outras milhões de bandas,
para que a garota aqui quisesse aprender guitarra, formar uma banda,
compôr músicas e se possível ser a líder de tal.
bastaram algumas palavras de Pessoa e seus heterônimos
para que eu me encantasse por tal tipo de escrita e
quisesse ter eu também, múltiplas personalidades.
bastou ler um pouco de Drummond para querer escrever
também sem saber ao menos o que acabara de escrever.
bastou assistir alguns quantos filmes de Kubrick, Van Sant,
Hitchcock, Danny Boyle, Kaufman, Scorsese e outros tantos gênios,
para que eu me apaixonasse pelo cinema, por toda a magia que o cinema proporciona.
foram esses os culpados não só pela minha paixão pelo cinema,
mas também pela fotografia.
bastou sair na rua, para que meus olhos se arregalassem e eu me encantasse.
observava o cotidiano, o vai e vem das pessoas.
as tragédias, as comédias, as tragicomédias.
bastou eu pôr a cabecinha pra fora do ventre da minha mãe
para que eu estivesse à beira da loucura.
e qualquer pessoa que tenha a capacidade de pensar,
assim se encontra também.
por um fio.
bastaram algumas citações de alguns revolucionários,
o punk, a ditadura, os hippies, os pacifistas,
para que quissese eu também causar uma revolução.
agora eu digo, influenciável?
não, não.
inspirador.
tente, por dois segundos, imaginar um mundo sem passado.
(tic tac)
conseguiu?
é, era o que eu imaginava.
mas aí você se pergunta: "e quando surgimos? não havia passado..."
eis aí outro grande mistério da vida ... quando nós surgimos!
ah! se nossos queridos primatas soubessem escrever...
qual seria a graça afinal de contas?
nos querem vivendo nessa era modernizada.
muito bem, disso eu não reclamo.
mas não me digam que o passado é só passado,
que é pra ser deixado pra trás, que de nada mais serve.
tantas coisas já não são mais como as de antigamente
e nós temos a sorte de poder aproveitar algumas.
infelizmente, poucas pessoas as dão valor.
não, eu não vivo presa ao passado.
o passado é que teima em aparecer no meu presente
e eu? eu agradeço por todo esse conhecimento,
toda essa inspiração, toda essa vida.